Robert Feldt
Robert Feldt é professor de Engenharia de Software na Chalmers University of Technology, Suécia, e no Blekinge Institute of Technology, Suécia. Ele tem amplos interesses de pesquisa que vão desde fatores humanos até automação, estatística e aprendizagem de máquinas aplicada, e ele trabalha, em particular, em testes e qualidade de software, engenharia de requisitos, bem como engenharia de software centrada no ser humano (comportamental). A maior parte de sua pesquisa é experimental e conduzida em estreita colaboração com parceiros da indústria na Suécia, Europa e Ásia, mas também lidera pesquisas mais básicas. Dr. Feldt recebeu seu PhD em Engenharia de Computação da Chalmers University of Technology em 2002, estudou Psicologia na Universidade de Gothenburg e também trabalhou como consultor de TI e software por mais de 30 anos. É coeditor chefe da revista Empirical Software Engineering e do conselho editorial de duas outras revistas (STVR e SQJ).
Title: Para onde vai a Engenharia de Software Experimental?
A Engenharia de Software é relativamente jovem e, como qualquer disciplina científica, está evoluindo tanto no tópico que estuda quanto nos métodos que utiliza. Entretanto, pode-se perguntar se e em que sentido ela está amadurecendo. É perceptível que tem havido um impulso maior para os estudos experimentais. É raro hoje em dia que trabalhos sejam aceitos nos principais eventos científicos e periódicos sem um amplo suporte experimental e validação. Entretanto, aumentar o número/razão de estudos experimentais pode não ser suficiente. Devemos também discutir a evolução dos tópicos estudados e a qualidade metodológica. Nesta palestra, vou compartilhar resultados sobre como a Engenharia de Software Experimental evoluiu nos últimos 25 anos, tanto nos tópicos estudados, quanto nos métodos utilizados e nos dados subjacentes coletados. Com base nisso, considerarei então se as tendências atuais são as desejáveis e darei indicações e inspiração para o que podemos fazer de diferente no futuro.
Coral Calero
Coral Calero possui doutorado em Engenharia da Computação e é professora de Linguagens e Sistemas de Computação na Escola de Informática da Universidade de Castilla La Mancha. É membro do Grupo de Investigação Alarcos, sendo uma das líderes da linha “Software Verde e Sustentável”. Nesse grupo, ela desenvolve duas linhas principais de trabalho. A primeira está relacionada com a investigação em Sistemas de Informação e Engenharia de Software, na qual são abordados tópicos como a medição do impacto que o software tem no ambiente e como melhorar a sua eficiência energética, bem como aspectos humanos e econômicos relacionados com a sustentabilidade do software. A segunda linha apoia todas as atividades de divulgação do grupo para sensibilizar sobre o impacto que o software tem no ambiente, na qual se trabalha na medição do consumo de redes sociais, navegadores web e aplicações amplamente utilizadas, que permitem oferecer resultados a qualquer pessoa. Além de atuar em várias conferências científicas, participou como palestrante na iniciativa Science on Demand e na Pint of Science. Também apareceu em diferentes meios de comunicação social: imprensa escrita e digital, rádio e televisão. Foi entrevistada para El País Tecnología, Cinco Días, ABC, Cadena SER, Radio 3 e CMM Radio. Tem publicações de grande impacto nos principais periódicos na área Software Verde e Sustentável e é editora dos principais textos sobre esses temas, publicados pela Springer: Green in Software Engineering (2014) e Software Sustainability (2021).
Título: O lado obscuro do software
É um fato claro que software move o mundo. E que está se tornando cada vez mais importante, também. Entretanto, nem tudo é positivo no apoio que o software proporciona a nossa vida diária. Há estimativas de que as TICs serão responsáveis por 20% do consumo global de energia até 2030, parte do qual será devido ao software. Nesta palestra revisareiemos diferentes conceitos relacionados à sustentabilidade do software. Analisaremos as duas principais perspectivas da relação do software com o meio ambiente, bem como a relação da sustentabilidade do software com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Mostraremos, também, os resultados das medições de consumo de software que realizamos. Por um lado, casos realizados para aumentar a conscientização da sociedade em geral sobre o impacto que o software provoca no meio ambiente através de exemplos de software de uso em massa. Por outro lado, casos mais relacionados a software e engenharia de software, que realizamos com o objetivo de criar um conjunto de melhores práticas para a profissão. Nosso objetivo final é torná-lo consciente do problema de consumo associado ao software e assegurar que, se no início estivéssemos preocupados com o “o quê” e depois com o “como”, agora é hora de nos concentrarmos no “com o quê”. Porque nós somos os responsáveis pelo desenvolvimento sustentável de software!
Tayana Conte
Tayana Conte é Professora Associada do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Tayana foi Visitor Researcher in Informatics, na University of California Irvine, EUA em 2019. A pesquisa de Tayana se concentra em User eXperience (UX), Fatores Humanos em Desenvolvimento de Software, Qualidade de Software e Engenharia de Software Experimental. Ela publicou mais de 200 artigos em conferências e revistas ao longo dos anos. Foi presidente da Comissão Especial de Engenharia de Software (CEES) de 2020 a 2021, e é membro da Comissão Especial de Interação Humano-Computador (CEIHC) de 2019 a 2022, ambas da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). É uma das conselheiras eleitas da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) de 2021 a 2025. É editora associada de periódicos de alta qualidade como Empirical Software Engineering Journal (EMSE) e Journal of Software Engineering Research and Development (JSERD).
Title: UX é o diferencial. O que podemos fazer como Engenheiros de Software?
Software está engolindo o mundo, e temos um cenário de competição desafiador. As empresas de software têm mudado do foco em tecnologia para a satisfação das expectativas e necessidades dos usuários. Neste cenário, Experiência do Usuário (UX) é atualmente um fator chave para estabelecer a qualidade de um produto ou serviço. UX é um conceito holístico, considerando não apenas aspectos pragmáticos (orientados a tarefas), mas também aspectos subjetivos, tais como afeto, sensações, emoções e valor da interação do usuário na vida cotidiana. UX é o diferencial que levou à adoção (ou não) de muitos produtos de software no mercado. Engenheiros de software fornecem soluções para muitas qualidades de produto de software no projeto de arquitetura. Entretanto, como engenheiros de software, o que podemos fazer para fornecer UX positiva? Ou ainda melhor: para projetar software tão valioso e agradável ao ponto de ser indispensável e insubstituível? Esta palestra apresentará um panorama de pesquisa e prática na interseção da engenharia de software e a interação humano-computador para resolver os desafios UX. A palestra também apresentará projetos de pesquisa conduzidos pelo grupo de pesquisa USES.